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Cinema com ela
Cinema com ela

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral retorna aos cinemas em versão remasterizada

Um dos maiores clássicos do cinema nacional volta às telas pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras

Tamires Rodrigues

16/05/2024 5h00

Foto: Divulgação/Sessão Vitrine Petrobras

O último romance de Clarice Lispector estreou nos cinemas em 1985. “A Hora da Estrela” foi o primeiro longa-metragem da cineasta Suzana Amaral. Na época, foi amplamente aclamado pela crítica e pelo público, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro levou quase todas as categorias. No Festival de Berlim, a atriz paraibana Marcélia Cartaxo levou o Urso de Prata de Melhor Atriz no mesmo ano. Nesta quinta-feira (16), o filme reestreia com exclusividade pelo projeto Sessão Vitrines Petrobras.

Macabéa é uma mulher nordestina que mal tem consciência de existir. Após perder uma velha tia, seu único elo com o mundo, ela viaja para São Paulo, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante que lhe prevê um futuro luminoso, diferente do que a espera.

Foto: Divulgação/Sessão Vitrine Petrobras

Nomeado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, a adaptação de Suzana Amaral usa com sabedoria a licença poética para moldar a trama do seu modo, incluindo com maestria características do Cinema Novo. Amaral também esculpe o vazio dentro do silêncio tão conhecido nas obras de Clarice.

Os diálogos cheios de camadas são destacados com mais força no ambiente doméstico; a personagem principal, Macabéa, mesmo invisibilizada pela sua situação, do seu trabalho se torna alguém que busca pelas próprias vontades. Sua atuação é elegante, sutil e com uma potência verdadeira, fica fácil enxergá-la como as Macabéas da vida real.

Foto: Divulgação/Sessão Vitrine Petrobras

Conclusão

Sem dúvidas, não é uma tarefa fácil transformar um fenômeno literário em um longa-metragem, mas Suzana Amaral atinge uma performance brilhante. Ela consegue transmitir as injustiças sociais, sem esquecer do detalhe principal que transforma a heroína em eterna. As questões do abandono são tão reais, o afeto que nunca é consolidado se transforma em dor. Suzana não se perde no meio da ousadia de Clarice; ela consegue completar toda a sua fascinante história.

Confira o trailer:

Ficha Técnica                       
Direção: Suzana Amaral; 
Roteiro: Suzana Amaral e Alfredo Oroz;
Elenco: Marcélia Cartaxo, Tamara Taxman, Fernanda Montenegro, Umberto Magnani, José Dumont e Marcus Vinicius;
Gênero: Drama;
Duração: 96 minutos;
Distribuição: Sessão Vitrine Petrobras; 
Classificação indicativa: 12 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Sinny Assessoria

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