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Cinema com ela
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“Furiosa: Uma Saga Mad Max” tem sequências deslumbrantes e Anya Taylor-Joy é uma extraordinária heroína de ação

A quinta parte da franquia de George Miller conta a história de origem de Furiosa, a motorista obstinada interpretada anteriormente por Charlize Theron

Tamires Rodrigues

23/05/2024 5h00

Anya Taylor-Joy interpreta a jovem Furiosa no prequel espetacular de George Miller — Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Minha infância! Minha mãe! Eu os quero de volta! Essa é a aclamação que dá o tom de raiva e vingança da jovem Furiosa, interpretada por Anya Taylor-Joy em sua odisseia espetacular do prequel de George Miller do reboot de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015). Com sequências de ação deslumbrantes, uma trilha sonora de tirar o fôlego e interpretações fascinantes, o quinto filme da franquia visionária do cineasta chega nesta quinta-feira (23).

A trama revela a história de origem da guerreira renegada Furiosa, anteriormente interpretada por Charlize Theron. O enredo segue uma jovem Furiosa (Anya Taylor-Joy), sequestrada de seu lar, o Lugar Verde de Muitas Mães, por uma grande horda de motoqueiros liderada pelo senhor da guerra Dementus (Chris Hemsworth). Cruzando Wasteland, eles alcançam a Cidadela, dominada pelo Immortan Joe (Lachy Hulme). Enquanto os dois tiranos disputam o domínio, Furiosa se vê envolvida em uma batalha incessante para retornar ao seu lar.

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Acho importante ressaltar que “Furiosa: Uma Saga Mad Max” não é como os outros filmes da franquia. O longa, que dura 2 horas e 28 minutos, é mais extenso e ambicioso. George Miller cria ótimas cenas de ação como esperado. Mas o que se destaca na nova produção é a construção do seu universo do que somente um guerreiro na estrada.

Os três primeiros filmes são lembrados de forma especial por quem acompanha a trajetória cinematográfica do cineasta, então quando um novo filme foi anunciado com Tom Hardy no lugar de Mel Gibson como Max, obviamente gerou certas dúvidas, mas no meio de tantos reboots fracassados, o longa foi ovacionado pela crítica e pelos fãs. Revivendo a série com toda a sua maestria e criando uma anti-heroína, no caso Furiosa de Charlize Theron, digna de Gibson.

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Já a nova aposta é claramente um filme que será lembrado mais como um episódio da franquia, pois se trata de um prequel do longa de 2015, isso não é um problema. Se sobressai mais do que uma explosão de ação. Contudo, mesmo com dois vilões indomáveis, nenhum deles se torna o fodão maluco que o espectador deseja.

Miller extrai seus melhores trunfos para compor sua direção, na medida em que as inúmeras perseguições começam, o controle direcional ganha força com close-ups e planos gerais amplos, um barulho estridente embalado por uma trilha sonora grandiosa entre a energia de sequestradores e guerreiros em máquinas infernais que se intercalam com desertos quietos. As paisagens áridas relembram antigas aventuras de “Mad Max”. No segundo em que Furiosa ainda criança começa a roer o tubo de combustível de seu captor, Miller deixa claro que a protagonista não se trata de uma donzela em perigo.

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

A odisséia de Furiosa se torna ainda mais sinistra com todos os caminhos que ela percorre para conseguir retornar para sua casa. Anya Taylor-Joy tem um ar sensual, seus personagens do gênero do terror sempre foram motivo de orgulho, suspense ela tira de letra, drama também. Mas como heroína em um filme de ação distópica, ela é fascinante. Demora um pouco para se acostumar com Taylor-Joy como Furiosa, em parte porque Theron originou a personagem com uma mistura de raiva crua e melancolia profunda. A atriz ainda não tem a aparência física de sua antecessora (talvez nem precise). Sua Furiosa pode até pare cer fraca para lutar contra Dementus (Chris Hemsworth); ainda assim, ela interpreta com uma graciosidade espontânea, talvez pelo seu treinamento como bailarina, os movimentos são suaves como uma dança e essa sensação de vulnerabilidade serve à história.

A reticência de Furiosa é estratégica, além de uma característica que ela compartilha com o próprio Mad Max. Seu peso emocional é grande; ela está sozinha, seu fardo é solitário, mesmo quando ela conhece e começa a trabalhar com Pretoriano Jack. E à medida que sua história continua, assim como as lutas intermináveis, o filme se torna cineticamente triste.

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Conclusão

Miller é um cineasta tão inventivo que, mesmo continuando a criar filmes apocalípticos sobre a briga por petróleo, água e mulheres, ele consegue inovar e transmitir que a vida que conhecemos pode simplesmente acabar de uma forma arrasadora. “Furiosa: Uma Saga Mad Max” é sobre nunca desistir, mesmo quando não faz mais sentido. Observar uma mulher lutando para sobreviver, lutando contra homens e ganhando sua emancipação não seria melhor contado nas mãos de outro diretor.

Confira o trailer:

Ficha Técnica                       

Direção: George Miller;

Roteiro: George Miller , Nick Lathouris , Prateek Bando;

Elenco: Anya Taylor-Joy , Chris Hemsworth , Charlee Fraser , Lachy Hulme , Tom Burke;

Gênero: Ação, Aventura , Ficção Científica , Suspense;

Duração: 148 minutos;

Distribuição: Warner Bros. Pictures; 

Classificação indicativa: 16 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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