Menu
Cinema com ela
Cinema com ela

‘O Conde de Monte Cristo’ reinventa e reafirma o poder épico do clássico de Dumas

A nova adaptação do clássico francês estreia nesta quinta-feira (5), trazendo uma abordagem contemporânea para a vingança e os dilemas morais do protagonista Edmond Dantès

Tamires Rodrigues

05/12/2024 5h00

le comte de monte cristo 3

Foto: Divulgação/Paris Filmes

A nova versão cinematográfica do clássico de Alexandre Dumas, “O Conde de Monte Cristo”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (5), ganha uma abordagem moderna e ágil, ao mesmo tempo que preserva os elementos centrais da história de vingança, traição e redenção. Dirigido por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, o filme traz uma estética refinada e uma narrativa acelerada, buscando atrair tanto os fãs do romance original quanto um público mais jovem, acostumado com a dinâmica de filmes de ação contemporâneos.

A trama acompanha Edmond Dantès (Pierre Niney) um jovem marinheiro que sofre uma trágica injustiça no dia de seu casamento: ele é preso devido a uma enorme conspiração contra ele organizada pelos seus supostos amigos. Se am 14 anos desde esse fatídico dia, Edmond recebe a ajuda de um outro prisioneiro para fugir do sinistro Château d’If após o mesmo dizer a localização exata de um tesouro perdido. Edmond, então, consegue achar esse tesouro que o torna enriquecido mas desiludido. Dantès reaparece na sociedade parisiense como o misterioso e magnífico Conde de Monte Cristo com um único objetivo: vingar-se daqueles que destruíram a sua vida.

le comte de monte cristo 4
Foto: Divulgação/Paris Filmes

Pierre Niney assume o papel de Edmond Dantès, o homem traído que se transforma em um mestre da vingança. Com uma atuação envolvente e multifacetada, Niney transmite a dor e a transformação de seu personagem, equilibrando sua vulnerabilidade com a intensidade necessária para um papel que exige força emocional. Sua interpretação reflete o impacto de uma vida destruída pela traição, enquanto constrói a identidade de um homem que busca retribuição com cada ação, cada movimento calculado.

A adaptação, ao invés de se prender à grandiosidade do romance original, adota um ritmo mais dinâmico e cinematográfico, com menos foco em exposições detalhadas e mais ênfase em cenas de ação, mistério e disfarces elaborados. Embora a redução de certos detalhes possa frustrar aqueles que esperavam uma versão mais profunda da obra, a tensão crescente entre os personagens e o mistério que envolve a identidade de Dantès são amplificados de forma eficaz.

le comte de monte cristo
Foto: Divulgação/Paris Filmes

Além de Niney, as atrizes Anamaria Vartolomei e Anaïs Demoustier oferecem interpretações interessantes como as mulheres-chave na vida de Dantès. Vartolomei, como Haydée, traz uma intensidade silenciosa e uma presença de tirar o fôlego, enquanto Demoustier transmite com sutileza o conflito interior de um amor traído. As interações entre Dantès e suas duas parceiras, embora breves, oferecem profundidade à trama e refletem a complexidade das emoções envolvidas.

No entanto, um dos maiores pontos fortes do filme é sua capacidade de equilibrar o grande espetáculo com uma reflexão mais introspectiva. A busca incessante de Dantès por vingança, longe de ser uma simples motivação de herói, torna-se uma exploração das sombras da alma humana. O filme questiona o que acontece quando a obsessão pela justiça ultraa os limites do razoável e a a consumir não apenas quem busca retribuição, mas todos ao redor.

le comte de monte cristo 2
Foto: Divulgação/Paris Filmes

Visualmente, o longa é um espetáculo. As filmagens são ricas em cenários grandiosos e detalhes sofisticados, com castelos imponentes e paisagens deslumbrantes que intensificam a atmosfera dramática. No entanto, há um certo estilo “Netflix” no uso excessivo de drones e planos de ação rápidos que, por um lado, tornam o filme mais dinâmico, mas, por outro, podem parecer um pouco fora de lugar em um clássico literário que tradicionalmente exige mais gravidade e introspecção.

Em termos de direção, Delaporte e de La Patellière optam por uma abordagem mais compacta, fazendo com que a história se mova rapidamente para capturar a atenção do público moderno. Embora alguns fãs possam sentir falta do peso emocional mais profundo da versão literária, a adaptação se destaca por seu ritmo envolvente e suas reviravoltas inesperadas, que mantêm a história fresca e relevante.

le comte de monte cristo 5
Foto: Divulgação/Paris Filmes

Conclusão

Por mais que “O Conde de Monte Cristo” seja, acima de tudo, uma história sobre vingança, ela também é uma meditação sobre o preço que se paga por se render ao ódio. A versão deste ano é uma adição sólida ao repertório de adaptações literárias, capaz de entreter e, ao mesmo tempo, provocar reflexões sobre as complexidades de tal ato. Por último traz faz uma alerta: no final, o que nos resta quando nos entregamos completamente ao desejo de vingança?

Confira o trailer:

Ficha Técnica
Direção: Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière;
Roteiro: Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière;
Elenco: Pierre Niney, Bastien Bouillon, Anaïs Demoustier, Anamaria Vartolomeï, Laurent Lafitte, Piersco Favino, Patrick Mille, Vassili Schneider, Julien De Saint Jean, Julie De Bona, Adèle Simphal, Stéphane Varupenne, Marie Narbonne, Bruno Raffaeli, Abde Maziane;
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 178 minutos;
Distribuição: Paris Filmes;
Classificação indicativa: 14 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado