A Páscoa está batendo à porta, e a coluna entra nesse clima. Mas não apenas para falar de ovos de chocolate, e sim de duas empresas que me conquistaram completamente com suas criações, o cuidado com os produtos e a valorização da produção artesanal. Vamos falar de chocolate, mas não de commodity.
Sim, há uma grande diferença. Tive a oportunidade de visitar a LaBarr e conhecer sua fábrica de chocolate na Asa Norte, onde me mostraram todo o processo de produção no modelo bean to bar, ou seja, do grão à barra. Esse método respeita cada etapa para garantir qualidade, sabor e sustentabilidade.
A principal diferença entre o bean to bar e o chocolate comercial — o commodity — vai além do controle da qualidade da amêndoa de cacau e do processamento. Está também nos ingredientes utilizados para compor as barras. No chocolate comercial, uma rápida leitura na embalagem revela altas doses de açúcar, conservantes, aromatizantes e outros aditivos, todos usados para uniformizar uma matéria-prima de baixa qualidade. Até os famosos “chocolates belgas” podem ser importados, mas carregam esse mesmo pacote.

Já marcas que seguem a filosofia bean to bar, como a Dengo e a LaBarr, priorizam uma produção que respeita o cacau e suas nuances, sem buscar apenas resistência e rendimento, mas sim um sabor mais puro e autêntico.
Para esta Páscoa, a LaBarr preparou uma linha especial de ovos de chocolate inspirada na biodiversidade do Cerrado. São quatro opções:
- Ovo Caminhos da Chapada – 390g (R$ 206): casca de chocolate ao leite 42% cacau e crocante de baru, recheio trufado de creme de baru e interior com mix de drágeas — castanha de caju 42% cacau, baru 53% cacau e banana 70% cacau.
- Ovo Vale da Lua – 260g (R$ 134): casca de chocolate 70% cacau zero açúcar, adoçado com taumatina, fibra de tapioca e stévia, com drágea de baru 70% cacau zero.
- Ovo Maracujá do Cerrado – 390g (R$ 197): casca de chocolate 70% cacau, recheio trufado de maracujá do Cerrado e pimenta-de-macaco, com interior de mix de drágeas de castanha de caju, baru e banana.
- Ovo Arara Canindé – 313g (R$ 314): chocolate ao leite de aveia 53% cacau com recheio de caramelo de cajá, duja de baru e ganache de pequi e baunilha do Cerrado.
Provei todos, e o que mais me encantou foi o Caminhos da Chapada. Para quem prefere chocolates menos amargos, ele é perfeito. Mesmo sendo ao leite, mantém o sabor marcante do cacau. Meu segundo favorito foi o de Maracujá do Cerrado — aquela fruta que a gente comeria pura de tão gostosa e única. Com o chocolate, a combinação ficou impecável. A mistura do leve cítrico com a pimenta-de-macaco trouxe um aroma envolvente e nuances que se revelam da mordida ao retrogosto.
Já o Arara Canindé não me conquistou, porque faço parte do time 100% contra o pequi. Mas, para quem ama a iguaria, a pedida é certeira. Perguntei a alguns apreciadores da fruta e todos destacaram a mistura como equilibrada e suave, ressaltando a qualidade do chocolate da LaBarr.
O Vale da Lua é para quem curte a intensidade do cacau. O baru também aparece bem, e, para mim, foi uma combinação muito acertada. Tanto que voltei algumas vezes para provar mais um pedacinho.
Os produtos estão disponíveis no site www.labarrchocolate.com e na loja física, localizada na SCRN 710/711, Bloco H, loja 35 — Asa Norte, Brasília, DF. As entregas são feitas para todo o Brasil. Em Brasília, é possível comprar pelo site e retirar na loja. Para as demais localidades, o prazo de entrega é de até 10 dias úteis.

Quem também tem novidades — e não apenas para a Páscoa — é a confeitaria goiana Perdomo. Localizada no Mané Mercado (que eu amo e sempre defendo), a marca acaba de lançar sua linha de gelatos de fabricação própria, inspirados nas sobremesas mais populares entre os clientes.
Os sabores que prometem refrescar os paladares são:
- Brigadeiro ao leite da Perdomo (R$ 28): base ultracremosa de brigadeiro ao leite com um toque de granulado belga.
- Banoffee (R$ 28): doce de leite cremoso, bananas frescas e um toque crocante de biscoito.
- Pistache cremoso (R$ 35): pasta artesanal de pistache finalizada com chocolate branco.
- Creme de PerFella® (R$ 35): gelato de avelã artesanal, finalizado com creme de PerFella e um toque de cacau.
Sei que o pistache tem sido vítima de exageros nos últimos tempos, mas aqui ele chega para agradar de verdade. O gelato da Perdomo não é exageradamente doce, mas também não é leve demais. É perfeito para quem gosta de muito pistache e pouco açúcar, como eu.

Já o de brigadeiro é uma opção suave, ideal para finalizar um almoço com um doce refrescante sem ser pesado.
Agora, o de Banoffee talvez seja o melhor gelato que já provei na cidade. A base vem de Goiânia, mas a fruta é batida fresca, diariamente, aqui mesmo. Isso faz toda a diferença, trazendo um sabor natural e intenso. Se você gosta da sobremesa, mas tem receio de um dulçor exagerado, pode ficar tranquilo: a combinação está no ponto certo, te deixando com vontade de repetir.
Fiquei devendo a prova do PerFella, com creme de avelã da Perdomo, mas já tenho um motivo para voltar — e, claro, pedir de novo o de Banoffee. Já deu para perceber que amei, né?