Por enquanto, é só um sinal — mas um sinal importante. A Gazzetta dello Sport publicou nesta terça-feira (20) que Davide Ancelotti, filho e auxiliar de Carlo Ancelotti no Real Madrid, pode não acompanhar o pai na Seleção Brasileira. Para o futebol brasileiro, essa é a verdadeira novidade da reportagem italiana. O resto, convenhamos, já estava mais do que sabido.
Desde o anúncio da contratação de Ancelotti, o “pacote familiar” incomodava nos bastidores da CBF. Não que fosse uma invenção tupiniquim — Tite levou seu filho Matheus Bacchi para o cargo de auxiliar técnico, Dorival Júnior repetiu a fórmula com Lucas Silvestre, e Ancelotti, por sua vez, atua há anos com o filho Davide ao seu lado no banco.
Mas, segundo a Gazzetta, Davide não deve seguir os os do pai rumo ao Brasil. Ele estaria prestes a trilhar seu próprio caminho como treinador principal, com destino provável ao Rangers, da Escócia. Um movimento que, se confirmado, pode colocar um ponto final na dinastia hereditária que se instalou no banco de reservas da Seleção nos últimos anos.

E o resto da história?
A matéria italiana também informa que Carlo Ancelotti fará seu último jogo pelo Real Madrid neste sábado (25), contra a Real Sociedad, e em seguida embarca na “aventura Brasil”. A publicação, no entanto, comete um deslize: afirma que o treinador assumirá para disputar a Copa América, quando, na verdade, os compromissos da Seleção em junho são válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo — contra Equador (8/6) e Paraguai (10/6).
A convocação para esses jogos, aliás, já foi enviada à CBF, conforme informa o repórter Filippo Maria Ricci. Há dúvida em relação à presença de Neymar, ainda em recuperação. Fora isso, tudo segue conforme o roteiro que a Confederação desenhou desde que anunciou o acerto com o italiano, ainda no meio de 2023.
A reportagem da Gazzetta também relembra que Ancelotti será apenas o quarto técnico estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira. Antes dele, apenas Ramón Platero (Uruguai), Joreca (português naturalizado) e Filpo Núñez (também uruguaio) ocuparam o cargo — este último, de forma interina, em 1965.
Mas, para o torcedor brasileiro, o que realmente importa agora é saber: será que, além de ideias novas, Ancelotti trará também uma nova ética para o banco de reservas da Seleção?
Se a ausência de Davide se confirmar, a resposta pode ser um surpreendente “sim”.