Menu
Futebol ETC
Futebol ETC

Três rodadas, três técnicos demitidos: o retrato da instabilidade no futebol brasileiro

E o termômetro do desespero segue subindo. Outros treinadores já trabalham sob pressão máxima

Marcondes Brito

15/04/2025 5h30

mano

Reprodução

Este ano já caiu um técnico por rodada da Série A. Essa é a assustadora estatística que marca o início do Campeonato Brasileiro de 2025, em mais um capítulo da crônica instabilidade dos treinadores no futebol nacional. Já perderam seus cargos Mano Menezes, no Fluminense; Gustavo Quinteiros, no Grêmio; e Pedro Caixinha, no Santos. A média é simples e direta: um técnico demitido a cada rodada.

E o termômetro do desespero segue subindo. Dois outros treinadores já trabalham sob pressão máxima: Fábio Carille, no Vasco, e Luís Zubeldía, no São Paulo. Ambos enfrentam desconfiança interna, torcidas impacientes e resultados que não empolgam. A permanência de qualquer um deles parece depender de um fio — ou de um tropeço a mais.

Essa voracidade por mudanças no banco de reservas escancara o imediatismo dos dirigentes brasileiros. Nenhum técnico resiste mais a uma sequência ruim, por menor que seja. Planejamento virou peça de ficção. E a temporada ainda mal começou.

Nomes disponíveis na praça

Enquanto isso, o mercado de treinadores brasileiros disponíveis oferece nomes de peso, mas com uma faixa etária elevada — o que evidencia o vácuo na renovação de profissionais no país. Entre os principais nomes atualmente livres no mercado estão:

Felipão, de 76 anos, sem trabalho como técnico desde março de 2024, quando foi desligado do Atlético; Oswaldo de Oliveira, 74, inativo desde setembro de 2019, quando deixou o Fluminense; Vanderlei Luxemburgo, 72, fora do mercado desde a saída do Corinthians em setembro de 2023; Marcelo Oliveira, 69, sem clube desde dezembro de 2020, quando foi desligado da Ponte Preta; Tite, 63, demitido do Flamengo em setembro de 2024; Dunga, 61, fora desde junho de 2016, quando deixou a Seleção Brasileira; e Dorival Júnior, também com 61 anos, recentemente demitido da Seleção Brasileira, seu último trabalho.

Com uma média de idade em torno de 70 anos, essa geração de técnicos consagrados ainda desperta interesse em clubes que buscam estabilidade e currículo, mas escancara a falta de nomes jovens prontos para assumir os principais desafios do futebol nacional. O ciclo de demissões precoces, recontratações de veteranos e a ausência de uma nova safra consolidada tornam o cenário ainda mais nebuloso.

Se o ritmo das primeiras rodadas for mantido, o Brasileirão 2025 não apenas registrará recordes de trocas no comando técnico — como também reafirmará a necessidade de repensar o modelo de gestão e formação de treinadores no país.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado