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Histórias da Bola
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E-MAIL DO LEITOR

Torcedor acha que imprensa brasileira protege jogadores estrangeiros

Gustavo Mariani

29/09/2024 15h11

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O leitor Crispiniano Santo Amaro me sa e-mail dizendo não aguentar mais a “puxação de saco da imprensa” pra cima de alguns atletas estrangeiros que atuam no futebol brasileiro, e cita os casos do flamenguista Arrascaeta, do vascaíno Vegetti e dos corintianos Rodrigo Garro e Angel Romero.

Segundo ele, desde que  acompanha o futebol só dois gringos lhe agradaram inteiramente, o ponteiro paraguaio Cecílio Martinez e o centroavante aragentino Prospiti, que vieram defender o seu time, o São Paulo, pela década-1960.

Crispiniano Santo Amaro conta e seu e-mail que o seu sobrenome é porque seus pais eram devotos do santo beneditino romano, nascido em 512 DC, e que era apelidado por Russo, porque o seu tipo físico, quando jovem – está com 74 -, lembrava os espiões russos dos filmes de agente secreto.

O amigo leitor tem todo o direito de expressão, claro! Só acho que ele entrou em uma nave espacial e foi parar lá pelos confins da galáxia, pois nenhum torcedor com menos de 60 de idade sabe quem foram os dois atletas por ele elogiados. Talvez, nem saiba quem foram Pedro Rocha e Pablo Forlan, grandes astros são-paulinos dos idos-1970. Mas, sem problemas. A coluna vai contar quem foram os dois carinhas:

martinez

Cecílio Martinez Arce – despertou o interesse do São Paulo pela sua grande atuação durante o Campeonato Sul-Americano-1963, quando a seleção paraguaia ficou vice-campeã – o Brasil terminou em quarto lugar. Tirado do Nacional, de Assunção, chegou ao Morumbi, em 1963, acabando. Marcou 14 gols, em 30 jogos, quase um por vez que entrava em campo, como ponta-direita. Também, ajudou o clube paulista a conquistar a Pequena Copa do Mudo, na Venezuela, vencendo o português Porto e o espanhol Real Madrid.

Uma das grandes glórias de Cecílio Martinez no São Paulo foi vencer o Santos, por 4 x 1, em 15 de agosto de 1963. Contribuiu muito para a irritação Pelé e de Coutinho, que terminaram expulsos de campo. Pela temporada seguinte, ele caiu de produção, marcando apenas três tentos. Foi para o banco dos reservas e emprestado ao argentino Boca Juniors. Voltou, em 1965 e, na mesma temporada, foi negociado com o espanhol Atlético de Madrid. Em 1968, regressou ao Paraguai, pra defender o Guarani, que o  teve até o final da careira, em 1970.

A história são-paulina de Martinez foi escrita por 67,44% de aproveitamento, em 43 prélios, com 26 vitórias, nove empates, oito escorregadas e 17 gols marcados. É o 20 gringo que mais vestiu a jaqueta do time tricolor do Morumbi. Nascido, em Assunção (01.02.1943), defendeu o selecionado paraguaio em nove combates, marcando cinco tentos. A última notícia dele é a de que, aos 81 de idade, estaria vivendo em Ciudad del Este, aposentado, como ex-empregado da Itaipu Binacional.   

Pedro Prospitti – no caso deste, parece que o Crispiniano o está confundido com algum outro astro das antigas formações do times paulistano, pois o argentino só disputou quatro partidas são-paulinas. Ou ele teve a sorte de ter assistido (e se deslumbrado) com o atacante na tais quatro. Sem problemas! Vejam quem foi ele.  

 Aos 25 de idade, quando chegou ao São Paulo, o hermano Pospitti havia sido cria, em 1961, do Estudiantes, de La Plata, e ado pelo Independiente, de Avellaneda (província de Bueno Aires), e o uruguaio Nacional, de Montevidéu. Neste, marcou muitos gols e foi repatriado pelo River Plate, do qual o São Paulo o tirou, por empréstimo. Mas não ficou com ele, por ter jogado apenas quatro partidas – duas vitórias, um empate e uma queda – sem botar a bola na rede.

Creio que o amigo leitor confundiu o gringo com o brasileiro Pagão (Paulo César de Araújo), que foi uma das estrelas do ataque são-paulino de 1963/1966, marcando 48 gols, em 59 jogos. Valeu?  

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