É muito contada aquela história do aluno que suplantou o mete, confere? No futebol brasileiro, há a do mestre que venceu o aluno.
O seguinte e o seguinte: em 1950, o “meleque” Pelé viu o pai Dondinho chorando, ao pé do rádio, por ter o Brasil perdido a Copa do Mundo para o Uruguai. E prometeu-lhe ganhar uma para ele – cumpriu a promessa, em 1958.
Por aquele tempo, a maioria do torcedor brasileiro acompanhava futebol pelo rádio, fazendo grandes exercícios de imaginação. Pelas praças das cidades do interior do país, durante as noites dos domingos, a rapaziada descrevia lances das partidas, como se estivesse estado à beira do gramado.
Quando Pelé começou a os ouvir grandes jogos do futebol brasileiro, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro tinha os transmissor mais potentes das América do Sul e colocava o Maracanã na sala de visitas da casa dos desportistas de qualquer rincão do país. Com aquilo, o meia Zizinho, do Bangu, tornou-se o ídolo dele, que encantava-se com o que os “speakers” falavam das atuações do meia eleito o melhor jogador da Copa do Mundo-1950.
Um dia, ou melhor, durante uma tarde calorenta de 1959, a tabela do Campeonato Paulista levou o São Paulo FC a Santos, onde era difícil vencer o “Peixe“. Inclusive, o estádio Urbano Caldeira era chamado por “Alçapão da Vila Belmiro”. Sem falar que o Santos tinha Pelé no auge das formas física e técnica, tendo marcado, na temporada anterior, a incrível marca de 58 gols no Campeonato Paulista, insuperável, 60 temporadas depois.
Os dois times foram para o gamado, com os santistas favoritos, contando, sobretudo, com a genialidade do seu camisa 10. Mas, quando o árbitro austríaco J. Pribil apitou o final do primeiro tempo, os são-paulinos venciam, por 2 x 0, com Maurinho abrindo a conta, aos 26, e Canhoteiro aumentando-a, aos 39. Sem falar que o veterano Zizinho dera aula de futebol para a garotada.
Veio o segundo tempo e, aos 50 minutos, Amauri escreveu no placar inacreditáveis 3 x 0 sobre o Santos. ados mais cinco minutos, Zizinho cobrou pênalti e deixou o “Peixe de quatro. Aos 59, Canhoteiro fez 5 x 0. Não dava para acreditar. Mas o “Mestre Ziza” ainda jogava muita bola. Aos 63, Vítor marcou gol contra para o Santos. Aos 72, Amauri voltou à rede para os visitantes, que cometeram um pênalti, convertido, por Tite, aos 86 minutos: São Paulo 6 x 2 Santos.
Zizinho e mais 10 teve: Poy, De Sordi e Mauro; Dino, Vítor e Riberto; Maurinho, Amauri, Gino e Canhoteiro. Pelé e sua patota alinhou: Veludo, Getúlio e Dalmo; Fioti, Ramiro e Zito; Tive, Álvaro, Pagão e Pepe