O que são parábolas?
Parábolas são histórias do cotidiano, simples e reais, que carregam verdades profundas, capazes de tocar corações e desafiar mentes. Por meio de alegorias, transmitem lições morais que permanecem vivas na memória, tamanha a força de suas mensagens.
Jesus utilizava parábolas como recurso didático para tornar mais ível a compreensão de temas complexos, especialmente os relacionados ao Reino de Deus. Elas também serviam para revelar mistérios e promover reflexões profundas sobre os princípios divinos. Ao ensinar sobre temas como a Páscoa, por exemplo, Jesus recorria às parábolas para criar conexões simbólicas e proporcionar uma compreensão mais intensa da mensagem espiritual.
Uma das parábolas mais conhecidas e frequentemente associada à Páscoa é a Parábola do Filho Pródigo, narrada no evangelho de Lucas, capítulo 15, versículos de 11 a 32.
Lucas 15:11–32
E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13 E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 14 E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. 16 E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17 E, tornando em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; 19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus empregados. 20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e sandálias nos pés; 23 E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; 24 Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. 25 E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26 E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. 28 Mas ele se indignou, e não queria entrar. 29 E saindo o seu pai, rogava-lhe que entrasse com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; 30 Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; 32 Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.
A moral dessa parábola revela a força do arrependimento e a grandiosidade do amor de um pai que espera, com o coração aberto, o retorno do filho perdido. O jovem se afasta, seduzido por prazeres ageiros, mas ao perceber seu erro, volta para casa. Seu pai o recebe com alegria, entrega-lhe o melhor, sem reservas. A narrativa também traz uma lição ao outro filho, que se sente injustiçado. O pai, com sabedoria, o lembra que tudo que possui já é dele — e que o mais importante era o reencontro, a volta à vida daquele que estava perdido.
Na Páscoa, essa mensagem se repete. A cruz de Cristo representa a morte para o mundo e a ressurreição para a vida eterna. É impossível voltar aos braços do Pai sem arrependimento. Não importa o tamanho do erro ou do pecado — o Pai sempre está pronto para acolher de volta, com amor e promessa de uma nova vida.
A Páscoa é uma das celebrações mais significativas para o cristianismo, pois marca a ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus. O verdadeiro significado da Páscoa é a renovação da esperança — uma nova chance.
Simbologias da Páscoa no Cristianismo
- A Cruz: Representa o sacrifício de Jesus pela humanidade. Ele foi o cordeiro oferecido para o perdão dos pecados, e sua cruz simboliza a vitória sobre o pecado e a morte.
- O Sangue de Cristo: É o sinal do amor extremo de Jesus, que entregou sua vida de forma violenta para salvar a humanidade. Por isso se diz que há poder no sangue de Cristo.
- O Pão e o Vinho: Representam o corpo e o sangue de Jesus, oferecidos como alimento espiritual aos seus seguidores. São elementos essenciais na celebração da Páscoa cristã, relembrando o sacrifício de Cristo. Como está escrito: “Aquele que come este pão viverá para sempre.”
- O Cordeiro: Símbolo direto de Jesus, o Filho de Deus, que trouxe luz ao mundo e foi sacrificado por aqueles a quem veio salvar.
- O Ovo de Páscoa: Representa a esperança de uma nova vida, em alusão à ressurreição. No entanto, tornou-se um símbolo comercial, muitas vezes desvinculado do sentido espiritual da data.
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A ressurreição de Jesus é um convite à renovação da esperança e ao fortalecimento da fé. Assim como na parábola do Filho Pródigo, a Páscoa é o momento de retornar ao lar espiritual, arrependido, e ser recebido com amor e redenção.