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Com ‘Outro Pequeno Favor’, Paul Feig renova aposta no mistério e no romance

O primeiro filme, de 2018, que mistura suspense e comédia, resultado de uma improvável união entre Anna Kendrick e Blake Lively, foi um sucesso instantâneo

Redação Jornal de Brasília

12/05/2025 10h26

outro pequeno favor 2

Foto: Divulgação/ Prime Video

Paul Feig não é fã de continuações. Aos 62 anos, o diretor e roteirista que fez nome na comédia com títulos como A Espiã Que Sabia de Menos e As Bem-Armadas não acredita muito que sequências sejam capazes de deixar boas impressões com o público.

Prova de sua resistência é o fato de Missão Madrinha de Casamento, uma das obras mais adoradas de sua filmografia, resistir solitária até hoje, mesmo com pedidos incessantes para o retorno de Kristen Wiig e companhia. A situação era a mesma para Um Pequeno Favor, que agora não está mais sozinho. A sequência, Outro Pequeno Favor, acaba de estrear no Prime Vídeo.

O filme de 2018, que mistura suspense e comédia, resultado de uma improvável união entre Anna Kendrick e Blake Lively, foi um sucesso instantâneo ao acertar uma fórmula com pitadas de romance e mistério, despertando o interesse de todo bom fã de histórias com detetives amadores. Para Feig, a missão do segundo filme é igualar o feito – ou, ao menos, tentar.

“É aterrorizante fazer uma sequência, especialmente porque, bem, você não faz uma sequência para um filme do qual as pessoas não gostaram a princípio”, confessa o cineasta em entrevista ao Estadão. “Você tem muitos fãs que estão esperando bastante coisa.”

Na continuação, Stephanie Smothers (Kendrick) se tornou uma escritora que é surpreendida pelo retorno de sua “amiga” Emily Nelson (Lively), que conseguiu misteriosamente sair da prisão. Elas se reencontram na bela ilha de Capri, na Itália, para o casamento de Emily com um rico empresário italiano (Michele Morrone). O evento, é claro, está cheio de convidados glamourosos e perigosos, envolvidos em um assassinato e uma rede de traições que vão garantir um fim de semana nada tranquilo.

Feig diz que trabalhou duro para tornar o filme realidade de um modo que o deixasse satisfeito – justamente porque, para ele, ainda há certo ceticismo na indústria quando o assunto são comédias protagonizadas por mulheres. “Aprenderam a confiar mais e a situação está melhor, mas longe de onde deveria estar”, pondera. “Mas a porta está aberta, não vou retroceder nem deixar que as pessoas ao meu lado retrocedam. Agora há mais oportunidades para mulheres engraçadas e talentosas nas telas.”

Ciente das expectativas, o realizador voltou à sala de roteiristas após a primeira versão do texto já ter sido aprovada, jogou cerca de 70% do que já tinha no lixo e resolveu recomeçar praticamente do zero.

“Eu vi o que as pessoas estavam esperando e o que elas achavam que estaria no próximo filme. E eu queria fazer jus àquilo. Não quero fazer ‘fan service’, não é isso, mas também não quero fazer pouco caso dos fãs e negar a eles tudo o que eles querem”, justifica.

INCÔMODO

Para navegar nessa linha tênue, Paul retirou do texto alguns trechos que iriam sacrificar um elemento marcante do longa original: o lado fashion das protagonistas, com as roupas extravagantes de Emily e o contraste absurdo com as escolhas recatadas de Stephanie. Apesar do descarte, Feig considera que o roteiro original era divertido e funcionava, mas conta que o ponto de incômodo falou mais alto.

“Acho que todo mundo quer ver a moda, Emily usando roupas deslumbrantes, Stephanie usando algo divertido, e as outras pessoas em um cenário grandioso e lindo”, reflete o diretor, contando que a versão anterior, por conter muitas perseguições, envolvia uso de disfarce e poucos diálogos.

“O primeiro roteiro começava em Capri e se deslocava até Roma, e eu achei melhor ficar só na ilha. Foi uma questão estética, e eu também queria algumas reviravoltas a mais.”

As tais reviravoltas ficam por conta da atmosfera cada vez mais perigosa do casamento de Emily. Stephanie, em constante estado de alerta, acaba precisando provar sua inocência quando acredita ter caído em uma armadilha de vingança e não sabe em quem deveria acreditar.

Para Feig, o ponto-chave para a dinâmica funcionar é o bom entrosamento entre o elenco. Além dos retornos de Lively, Kendrick e Henry Golding, o filme tem entre as novidades Allison Janney, Elizabeth Perkins e Alex Newell. “Você nunca sabe se, depois de cinco anos, elas se distanciaram ou se a química se apagou. Mas, desde a primeira vez em que elas estiveram juntas em cena, tudo estava lá”, lembra.

Estadão Conteúdo

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