Gabriel Lima
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A Copa São Paulo de Futebol Júnior é uma das competições de base mais importante do Brasil. Nela, são mesclados os maiores times do Brasil e aqueles que não disputam grandes competições. Neste ano, a competição soma 128 times de todos os estados brasileiros. O DF não vai ficar de fora.
Campeão Brasiliense Júnior, o Real vai com moral. Foi campeão invicto, derrotando o Cruzeiro, que também garantiu a classificação para a competição. No grupo 24, o Real, equipe comandada por Jean Rodrigues, vai enfrentar o ville-SC, 04/01, Taboão da Serra-SP, 07/01, e São Paulo Crystal-PB, 10/01. Já o Carcará do Cerrado tem pela pela frente a forte equipe do São Paulo na estreia, dia 03/01, o Botafogo-SP, 06/01, e Sergipe, 09/01. Pelo segundo ano consecutivo, Pedro Granado, técnico de 24 anos, garantiu a presença do time no torneio.
Depois de oito meses de treino, a estreia
O Cruzeiro vai começar sua viagem no dia 1º, às 23h e planeja chegar ao meio-dia de 2 de janeiro. A equipe comandada por Pedro Granato chegou à final do Candanguinho de maneira invicta, mas acabou caindo para o Real. O título não veio, mas aseegurou vaga na Copinha. E é desde aquela época que o time vem se preparando. “A gente ficou uma semana só de recesso depois que acabou o estadual. Nós fizemos quatro amistosos, com Brasiliense, Vila Nova, Gama e Ceilândia”, contou o técnico.
E logo de cara, caiu em um grupo com mais visibilidade, uma vez que o São Paulo tem todos os seus jogos televisionados. Pedrinho, como é conhecido, aprova. “Prefiro começar contra o time da primeira divisão. Se a gente faz um jogo bom, ganha, empata, ou até perde por 1 x 0, vai com outra moral para o restante dos jogos. Precisamos de seis pontos”, diz Granado, lembrando que o regulamento foi alterado, com dois times avançando por grupo.
Para ele, a camisa pesa só do lado de fora. “Tem uma ansiedade, claro, pois é um time de série A, altíssimo nível, o que é normal. Lá dentro é 11 contra 11. Se a gente fizer o que a gente vem trabalhando há oito meses, tem total condição de sair com o resultado”, disse. Para Granato, não há vitrine maior do que essa. “É uma oportunidade para os meninos e espero que a gente possa criar jogadores que possam fazer uma história boa no futebol”.
Aos 24 anos, ele garante que a pouca diferença de idade proporciona melhor entendimento. “O diálogo é mais fácil, eles mesmos falam, porque joguei duas taças São Paulo não faz muito tempo. Então eu sei o que eles vão ar, da ansiedade, do nível do campeonato, da visibilidade. Então eu tento ar o máximo para eles do que eu vivi e o diálogo fica mais fácil”, afirmou. Segundo ele, a relação é mais do que profissional. “Fora de campo a gente conversa sobre outras coisas, então sei da dificuldade de muitos. Alguns tem uma vida conturbada, então acaba que fica mais fácil de trabalhar o psicológico deles”, esclareceu.
Jeovane Lima é o camisa 10 da equipe azul. Aos 19 anos, esse é o primeiro ano do volante no clube. E garante que a ansiedade fica por aqui. “Nosso time é forte. A gente espera fazer um jogo de igual para igual com o São Paulo. A gente vai para cima, não tem essa de ficar com medo”, garantiu.
“A visibilidade é nacional, é muito importante para a gente. A gente pretende coisas maiores, em clubes grandes. Então, é fazer uma boa taça e, consequentemente, coisas boas vão vir”. Assim como o Real, os lobos também olham para longe na competição. “A gente vai traçar metas, cada jogo de cada vez. A primeira meta é se classificar. O grupo é muito difícil para a gente, com uma equipe do interior que também é muito forte e a gente pretende classificar”, completou.
Técnico é a novidade do Real
O Real vai começar a sua viagem amanhã. No cronograma, o ônibus sai de Brasília às 8h, com paradas para o almoço e lanche. A delegação espera desembarcar em São Paulo antes das 22h. Para a competição, o time teve algumas mudanças para esse torneio. Uma delas foi no banco de reservas. O técnico campeão do estadual júnior foi para a equipe profissional e Jean Rodrigues foi o escolhido para comandar o Leão do Vale.
“Quando cheguei, os jogadores já estavam inscritos. Como poucos aram pela base de algum clube, treinamos muito a parte defensiva. Tentamos ar para eles o tipo de competição que a gente vai jogar e como a gente vai atuar. Acredito que o time pegou uma forma”, disse.
Os amistosos serviram para a equipe tomar forma. O entrosamento foi a parte priorizada. “Alguns jogadores eram diferentes da conquista, porque já não tinham mais idade para participar. Então, buscamos nos organizar. Fizemos um treino de defesa, com duas linhas de quatro, compacto e sem deixar espaços para a bola entrar”.
Segundo Rodrigues, é difícil falar do grupo, pois os adversários são pouco conhecidos. “Quando há times grandes, você tem a tendência de falar que eles são os mais fortes. O mais conhecido é o ville, time bem treinado. Tem o Taboão da Serra, que vai jogar em casa, e o São Paulo Crystal, que a gente não conhece”, pontuou. Apesar disso, ele entende que há condições da equipe beliscar uma das vagas.
Além de não conhecer os concorrentes, o campo também preocupa. Enquanto aqui em Brasília os jogos acontecem em campos de grama natural, em Taboão da Serra o gramado vai ser sintético. “Nós fizemos toda a nossa preparação em campo natural, então essa vai ser uma das maiores dificuldade. Nós deixamos a preparação do sintético para o final. A bola quica mais, dependendo do tipo de sintético, ela corre um pouco mais, tem muita diferença. Talvez esse seja o adversário mais complicado”, explicou o treinador.