A forte reação da sociedade ao projeto de lei que endurece as penas de quem faz aborto mostra as consequências negativas de se querer discutir mudanças legais com pressa, de maneira açodada, sem uma discussão prévia.
Se o projeto do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tivesse tido a tramitação normal, com discussões prévias nas comissões, o sentimento real da sociedade seria sentido, e os exageros radicais do texto provavelmente corrigidos.
A pressa de Lira no “jabuti” que taxou as blusinhas gerou também um problema por ter esquecido que medicamentos importados por pessoas físicas são isentos de impostos. A tabela aprovada no “jabuti” ignorou essa isenção e isso terá que ser corrigido.
Esse açodamento é explicado por dois fatores: a vontade de Lira de ficar o tempo todo dando demonstrações de poder, e o fato de que só leva em conta cálculos políticos para a sucessão da Câmara. Mas a sociedade acaba vítima dessa pressa. É a análise de Alexandre Jardim e Rudolfo Lago no JBrNews de hoje.