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Opinião

O 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza foi vitrine para o cinema internacional e deu visibilidade ao Brasil

O Festival de Cinema de Veneza sempre foi um lugar onde a arte cinematográfica se encontra com o entretenimento e a indústria

Redação Jornal de Brasília

02/10/2024 11h09

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Foto: Divulgação

Por Renata Bueno*

Com início em 28 de agosto ao dia 7 de setembro de 2024, o Lido di Venezia foi o centro do cinema mundial, dando palco a 81ª edição do Festival Internacional de Cinema, organizado pela Bienal de Veneza. Tive a oportunidade de viver essa magia na edição de 2015, e é fascinante ver como o festival continua a ser um ponto de encontro entre o entretenimento, a indústria e a liberdade de expressão.

Oficialmente reconhecida pela FIAPF (Federação Internacional das Associações de Produtores de Cinema), o evento representa uma das mais prestigiadas plataformas de promoção e celebração do cinema internacional.

O Festival de Cinema de Veneza sempre foi um lugar onde a arte cinematográfica se encontra com o entretenimento e a indústria, e tem como intuito promover o conhecimento e a difusão do cinema em todas as suas formas. Em mais um ano, o festival visa renovar seu compromisso com a liberdade de expressão e o diálogo intercultural, acolhendo obras que vão desde grandes produções a filmes independentes.

Um grande evento histórico, nascido em 1932 que até hoje mantém sua intenção original de dar visibilidade ao cinema entendido como forma de arte, e para mim, Veneza sempre será um símbolo de inovação e respeito à diversidade cinematográfica, o que só reforça a importância de eventos como este para a cultura global.

Além disso, dentre as obras participantes, houve uma premiação oficial, realizada pelo festival durante a cerimônia de encerramento, no dia 7 de setembro, marcando a conclusão de um evento que é uma referência que atrai cineastas e cinéfilos de todas as partes, servindo não apenas como uma vitrine para o cinema internacional, mas também como um espaço para reflexão, troca de ideias e celebração do talento artístico.

A premiação deu visibilidade ao Brasil, pois dentre os ganhadores, o longa-metragem “Manas”, dirigido pela documentarista Marianna Brennand Fortes em sua estreia na ficção, conquistou o GDA Director’s Award, o principal prêmio da Jornada dos Autores (Giornate Degli Autori), uma das mostras paralelas mais importantes do Festival de Veneza.

Filmado na Amazônia, “Manas” narra a história de Marcielle, uma jovem de 13 anos da Ilha do Marajó (PA), que enfrenta a violência enraizada em sua família e na comunidade local, abordando o tema sensível do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A estreia mundial do filme foi aclamada, destacando o olhar sensível e poderoso da diretora sobre essas questões sociais.

O prêmio, decidido por um júri liderado pela cineasta britânica Joanna Hogg, inclui € 20.000 para a diretora e o distribuidor internacional, incentivando a ampla circulação da obra. No elenco, a estreante Jamilli Correa assume o papel principal, acompanhada por Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga. Dira Paes interpreta a policial Aretha, personagem inspirada em figuras reais que combatem a violência sexual contra crianças e adolescentes na Amazônia.

E pra mim é um orgulho ver o Brasil conquistando títulos como esse, afinal, o Festival de Veneza é, sem dúvida, uma referência indiscutível para todos que amam e vivem o cinema.

Renata Bueno é uma parlamentar ítalo-brasileira nascida em 1979 em Brasília, DF, Brasil. Conhecida por seu envolvimento na política e na defesa dos direitos dos descendentes de italianos no Brasil. Renata Bueno foi eleita deputada federal em 2010, sendo a primeira mulher eleita pelo Partido Socialista Italiano (PSI) fora da Itália. Sua atuação política tem sido focada em temas relacionados à cidadania italiana, imigração, e fortalecimento dos laços entre Brasil e Itália. Ela é presidente da Associação pela Cidadania Italiana no Brasil e tem trabalhado para facilitar o processo de reconhecimento da cidadania italiana para descendentes de italianos no país. Além de parlamentar, Renata é advogada e empresária, com o Instituto Cidadania Italiana e Mozzarellart.

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